quinta-feira, 3 de abril de 2008

A OMISSÃO DOS BONS!

Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Não conseguimos compreender esta idéia. Se o frescor do ar e a limpidez brilhante da água não nos pertencem, como podemos vendê-los?(...) Sabemos que a terra não pertence ao homem. O homem, sim, é que pertence à terra.Sabemos que todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Existe uma ligação em tudo. O que vier a acontecer com terra recairá sobre os filhos da terra.Não foi o homem que fez o tecido da vida. Ele é simplesmente um de seus fios, o que quer que faça ao tecido estará fazendo a si mesmo. (...)

Com este trecho da Carta do Cacique Seattles ao Presidente dos Estados Unidos em 1854, reflitamos:

Potencialmente todo o homem é bom. Somos filhos de Deus, criados, segundo a expressão bíblica, ‘à sua imagem e semelhança’. Se o Criador é a Bondade Suprema, essa mesma virtude existe embrionária em nós, razão pela qual, consciente ou inconscientemente, passamos a vida à procura de seus valores.

Não obstante, com freqüência nos comprometemos com o mal, envolvendo-nos em iniciativas que levam prejuízos ao semelhante, e tal tendência está tão entranhada na criatura humana que as pessoas parecem não perceber que agem com maldade. Os piores facínoras encontram amplas justificativas, perante si mesmos, para os seus atos anti-sociais. Al Capone, considerado o inimigo público número um, nos Estados Unidos, afirmava não saber porque era perseguido pelas autoridades, já que proporcionava prazeres ao povo, ajudando-o a divertir-se. E poderíamos apresentar outros exemplos.

São freqüentes os escândalos em empresas públicas, funcionários desonestos apropriam-se de vultosos valores que não lhes pertencem, num comportamento que não raro, estende-se ao longo de meses ou anos a fio, até que, por circunstancias fortuitas o desfalque é descoberto. Constata-se, então que tais irregularidades ocorreram por relaxamento das normas de segurança que, não observadas pelos demais servidores, favoreceram a ação dos desonestos.

A volúpia de ganhar dinheiro induz muitas indústrias ao desprezo por elementares medidas de preservação do meio ambiente, por dispendiosas. Poluem a atmosfera, destroem florestas, matam rios, intoxicam a população e semeiam enfermidades. O movimento ecológico vem sendo articulado com o propósito de defender a Natureza. Os progressos, entretanto, são lentos, porquanto pouca gente dá-se ao trabalho de participar, em absoluta indiferença.

As reuniões de cunho espiritualizante, sob inspiração de qualquer denominação religiosa, quando realizadas com seriedade e pureza, no propósito de buscar a comunhão com o Céu, favorecem a paz e o equilíbrio nos corações, repercutindo beneficamente nas sociedades humanas. No entanto vasta parcela da população permanece alheia, não por descrença, mas simplesmente por comodismo.

O idealista legítimo-capaz de esquecer de si mesmo em favor de uma causa nobre está sempre desperto, ativo, consciente, disposto ao sacrifício, imune ao acomodamento, pronto a trilhar os mais difíceis caminhos. O ideal o conduz, aquece ilumina, sustenta... As grandes vidas, inspiradoras e inesquecíveis, foram marcadas por grandes ideais.

Pessoas assim valorizam a existência, enobrecendo o gênero humano. Com suas iniciativas fecundam o Bem, inspiram o progresso, ajudam a construir um mundo melhor.

Não estão sozinhos. Seguindo esses vanguardeiros há uma heróica retaguarda de servidores ativos e conscientes, sejam médicos, professores, operários, administradores-gente que está lutando, que está enfrentando os problemas do Mundo, procurando fazer o melhor, tentando realizar o Bem, trabalhando com denodo e perseverança.

Que essas considerações baseadas em texto de Richard Simonetti nos façam pensar sobre a responsabilidade de todos aqueles que se consideram pessoas de bem.Não se omitam diante da corrupção e desvios de caráter que tomamos conhecimento a todo instante, especialmente na política.

VALCIR MARTINS, administrador, Maringá- Pr.

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