quarta-feira, 30 de abril de 2008

O consumismo desenfreado pode disfarçar carência afetiva

A carência afetiva é a porta de entrada para o recebimento de influências negativas do meio e da mídia, sem critérios seletivos. Como resultado observamos a inversão de valores fundamentais à vida em sociedade, favorecendo o culto exagerado ao corpo, a superficialidade das relações, a ascensão acelerada da violência e das drogas e um consumismo desenfreado.

A solidão e a carência resultam em várias feridas na alma, tais como: baixa auto-estima, sentimento de desconforto ou vazio e ausência de laços afetivos.
Geralmente a carência afetiva atrai relacionamentos confusos e insatisfatórios. Antes mal acompanhado do que só... Este perfil quase sempre dá mais do que recebe, faz tudo pelo outro e quando esquece de si mesmo corre o risco de ser menosprezado, rejeitado e não valorizado pelo parceiro.

Quem não conhece a expressão de que não devemos ir ao supermercado fazer compras quando estamos com fome, pois assim compraremos muito mais do que realmente necessitamos?

Com o amor acontece algo similar. Quando o nosso coração não é nutrido sentimos fome de amor. Fome de segurança. Fome de se sentir útil. Fome de ideais.
Então compramos objetos, redecoramos nossas casas e redecoramos nossos escritórios.
Quando esquecemos de fazer a decoração interna e o rearranjo de nós mesmos corremos o risco de cair na armadilha do consumismo.

A carência afetiva é a inimiga número um do amor. Há quem diga que é a inimiga número um do bolso.

Shopping, liquidação, compras. Se essas palavras exercem um grande poder sobre você, cuidado! O consumo excessivo pode atrapalhar e muito a sua vida pessoal e financeira.
E quando o assunto é rompimento, dor de amor, comprovadamente são as mulheres que esquecem de pensar no futuro e saem se endividando de loja em loja.

Andréia, 26 anos, engenheira, confessa que o fim dos seus relacionamentos invariavelmente acaba em algum shopping. Nestes momentos difíceis costuma gastar mais do que deveria e, quase sempre, comprando coisas desnecessárias. O maior problema é que sempre estoura o limite do cheque especial e dos cartões de crédito, gerando conflitos familiares e prejuízos financeiros. “Não compro por necessidade e sim para obter satisfação, para preencher o vazio. Assim que a sensação de bem-estar vai embora, choro arrependida, e fico com as contas para pagar”, diz ela.

Mas, muitos homens também se rendem ao impulso de comprar sem pensar. Vilmar, 37 anos, solteiro, arquiteto sabe o que significa comprar sem planejamento, movido por um fora.
Em 2004, após o término de um namoro de cinco anos, bastante deprimido, saiu dirigindo pela cidade e num impulso entrou numa concessionária para ver um carro de luxo novinho. Sem pensar muito entregou seu carro como entrada e parcelou o restante em 36 meses. Saiu eufórico, com o ego massageado e feliz com o seu novo carro. Após uma semana começou a passar noites em claro pensando em como pagar uma parcela de R$ 2.000,00 ganhando um salário de R$ 3.000,00.
O sofrimento foi duplo: a perda do amor e uma conta salgada para pagar, sem ter condições para tal. Resultado: ficou sem a amada e sem o carro.

Comprar demais pode ser doença

Todos nós gostamos de ir as compras, principalmente quando se tem dinheiro para gastar. Quem vive estourando o orçamento pode ser um viciado, como o alcoólatra ou o dependente químico.
Comprar compulsivamente pode ser uma doença, conhecida como oniomania, que faz parte da categoria dos transtornos de impulso. Algumas pessoas enquanto não adquirem determinado produto chegam a suar frio, ter taquicardia e ficam ansiosas. Elas compram loucamente e em seguida se arrependem porque não têm condições financeiras para manter o vício.

Os principais fatores que determinam o aparecimento da doença são:•

. Genética – o indivíduo pode ter uma pré-disposição para desenvolver este tipo de doença.
• Ambiente familiar - cada membro tem uma dimensão e compreensão diferente de determinados valores como por exemplo, o papel do dinheiro.
• Personalidade: quem desenvolve a doença tem baixa auto-estima e personalidade frágil.
• Cultura: nossa cultura estimula o consumo e a posse de bens materiais.

A síndrome é sempre desenvolvida por um fator desencadeador, como por exemplo, o término de um relacionamento.

O comprador compulsivo precisa compreender que não está fadado a falência e à infelicidade eterna, desde que, esteja disposto a buscar um tratamento adequado para este transtorno.

Você consegue resistir às compras quando está carente?

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